Qual investimento tem o melhor risco e retorno?
Um princípio básico dos investimentos é o de que para obter maior retorno, é necessário estar disposto a correr mais risco. Apesar de não ser uma verdade absoluta, fato é que quanto maior o retorno, maior a perda possível. Uma maneira de avaliar o retorno e o risco de um investimento é utilizando o Índice Sharpe.
O que é índice Sharpe?
Muitos de vocês devem ter ouvido falar de Índice Sharpe (ou Sharpe Ratio), principalmente em análises de fundos.
O Sharpe nada mais é do que uma medida de retorno (excedente ao indicador de referência) ajustado pelo risco (no caso, volatilidade).
Um retorno de 15 por cento ao ano para um portfólio é bom? Bom, depende do risco tomado ao longo desta trajetória e da referência.
Uma das formas de olhar para isso é por meio do Sharpe. Para simplificar, pense que 15 por cento de retorno com um CDI (taxa livre de risco) de 10 por cento e volatilidade de 5 por cento é diferente de 15 por cento de retorno com volatilidade de 20 por cento.
Como calcular o Índice Sharpe
Na teoria, a fórmula é a seguinte:
Índice Sharpe = (Rp – Rf)/OP
Rp = Retorno do portfólio ou do ativo, podendo ser um fundo ou a carteira;
Rf = Risk Free Ratio (taxa livre de risco). No Brasil, a taxa Selic;
OP = Volatilidade do ativo.
A gente sabe, pode parecer muito complicado, mas basicamente significa:
Retorno – Taxa livre de risco / Volatilidade
Por que o índice Sharpe falha em muitas análises?
No entendimento de Caio Zylbersztajn, consultor CFP® da Nord Wealth, a métrica não é perfeita e pode falhar ao ranquear desempenhos passados, levando ao vislumbre de um prêmio de risco mais alto.
Por isso, listamos abaixo algumas ressalvas para se ter em mente.
- A métrica de Sharpe é comparativa e, portanto, a comparação entre ativos com dinâmicas muito diferentes pode ser incompleta. Um fundo ou portfólio composto por crédito privado, por exemplo, em que a volatilidade não é a melhor métrica de risco, não deveria ser comparado com um fundo ou portfólio de ações que possui volatilidade por natureza.
- O Sharpe utiliza dados históricos (de classe ou ativos) e que, eventualmente, podem não se repetir no futuro, portanto é uma análise “olhando no retrovisor”. O Sharpe de um portfólio com Ações Brasil (IBOV) nos últimos 12 anos é pior do que um portfólio com Ações US (S&P Dolarizado).
- A métrica de volatilidade comumente utilizada no Sharpe não é nem deve ser a única analisada. Nosso analista recomenda combinar com outras métricas de risco, tais como Drawdown (queda da carteira em relação à sua cotação máxima) e Stress/VaR (cenário de stress), pois complementam bem o risco mensurado.
Como comparamos risco e retorno
A primeira etapa na Nord Wealth (braço de consultoria da Nord) é elaborar a análise da carteira. Depois de pensar nas estruturas mais eficientes de capital, a equipe CFP® de consultores define a distribuição entre classes e seleção de ativos.
Como cada cliente possui individualidades, objetivos, perfil de investidor, tolerância a risco e horizontes diferentes é de suma importância ser meticuloso e detalhista nessa etapa do planejamento.
O índice Sharpe, entre outras métricas quantitativas, ajuda a avaliar o match entre as variáveis coletadas do cliente e a proposta de alocação de capital.
E como o Sharpe é aplicado nas análises de investimentos e gestão de patrimônio?
Nosso consultor explica que, ao terminar a alocação das carteiras, sempre compara as métricas calculadas com o portfólio atual do cliente e portfólios base, de modo a garantir que o risco da carteira (volatilidade, drawndown, stress e retorno mínimo em janelas móveis) esteja adequado ao cliente e com uma expectativa de retorno ajustada ao risco melhor em comparação com o atual.
É claro que essas métricas contemplam dados históricos, logo é preciso sempre adequar com expectativas futuras, mas garante que sempre nossos consultores olhem para a melhor alocação com riscos ajustados.
O que o Sharpe tem a ver com o seu perfil de investidor?
Como deu para perceber, o Índice Sharpe está ligado diretamente ao quanto de risco você está disposto a correr para receber uma rentabilidade maior.
Se você ainda não sabe qual é o seu perfil de investidor, no nosso canal no YouTube, a Marilia Fontes explica como descobrir o seu perfil de risco (assistir ao vídeo).
Aproveite e conheça também o trabalho da Nord Wealth, acesse aqui. |
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